segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Subsídios para a História Postal do Cuma

            Falar ou escrever sobre o Cuma é sempre gratificante e emocionante. É a minha terra natal onde cresci como homem. É uma localidade fabulosa pela beleza natural e pelas suas gentes que foram sempre gentis e hospitaleiras.
A povoação do Cuma em 1925
            Etimologicamente o nome poderá ter origem numa pequena aldeia indígena que terá existido com o nome de Ukuma, no local onde se implantou a vila. O termo Ucuma também pode estar ligado a um certo tipo de “Mulemba” que produzia uma seiva que os indígenas chamavam de “Ucuma cuxi” e que era utilizada como visgo na captura de pássaros.
            O Cuma foi uma povoação que prosperou muito rapidamente atingindo em 1956 uma projecção económica assinalável. Existiam nessa altura 57 casas comerciais, girando este comércio à volta de artigos de consumo corrente e da compra de milho, feijão, batata, mandioca e amendoim. Havia uma agricultura interessante proporcionada pelo núcleo de Colonização do Caminho de Ferro de Benguela.
Figura 1
            O Cuma era servido pelo Caminho de Ferro de Benguela (km 318) pelo qual escoava os seus produtos e era abastecido de produtos correntes de consumo. O caminho-de-ferro chegou a esta localidade em 7 de Outubro de 1910.
            Na povoação do Elende pertencente ao Concelho havia uma Missão Evangélica equipada com um pequeno posto médico.
            O Cuma era uma povoação comercial de 3.ª categoria, porém por Portaria n.º 12.925 de 7 de Outubro de 1963 é elevado à categoria de vila e é constituído o Concelho do mesmo nome.
Figura 2
            Depois da chegada do comboio ao Cuma e até à criação da sua estação postal a povoação era servida pela ambulância postal do Caminho-de-Ferro de Benguela. Pela Portaria Provincial n.º 95 de 18.04.16, que reproduzimos (fig. 1), foi criada uma estação postal de 3.ª classe, que funcionava no Posto Administrativo.
            Inicialmente não foi atribuída qualquer marca de dia à estação postal. Foi sim equipada com uma marca de recurso, um dos célebres carimbos ovais numéricos, mandados executar para portearem as cartas em 1856. E durante muitos anos esteve o carimbo “50” em uso na estação, como podemos verificar pela figura 2, em carta datada de 1942.
Figura 3
            Posteriormente, prova-velmente por degradação do carimbo numérico oval, passou-se a utilizar, nos primeiros anos da década de 50, o carimbo administrativo do Posto Administrativo do Cuma, conforme podemos visualizar na figura 3.
            A primeira referência que encontro no que respeita à atribuição de uma marca de dia à Estação Postal do Cuma é a que reproduzo na figura 4, um aerograma circulado do Cuma (12.08.58) para o Canadá, com trânsito pelo Lobito (13.08.58).
Figura 4
            Até à criação do Concelho e elevação do Cuma à categoria de vila, a estação de correios funcionou no Posto Administrativo a cargo do Chefe de Posto. Em princípios de 1964 a estação de correios teve finalmente instalações próprias, com um quadro de pessoal próprio, implantadas no centro da vila em lugar privilegiado.




Bibliografia
·          Dicionário Corográfico – Comercial de Angola * Antonito, 4.ª edição – 1959
·          Índice Histórico-Corográfico de Angola, Mário Milheiros, IICA, 1972
·          Angola, Portos e Transportes, Eduardo Gomes de Albuquerque e Castro, 1970

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